Torres Garcia: geometria, criação, proporção
Da Arte Mediterrânea
ao centro de seu próprio universo latino-americano
Torres Garcia no Brasil
Laços refeitos, enfim!
A mostra de “Joaquín Torres García -Geometria, criação,proporção”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e, na Fundação Iberê Camargo no final do ano passado, traz um expressivo recorte do acervo do Museu Torres Garcia, do Uruguai para o Brasil ( leia matéria nesta página) e tem uma significação de extrema importância, depois do nefasto incêndio ocorrido no MAM do Rio de Janeiro, em 1978, quando 80 obras do artista foram totalmente destruídas. Obras que faziam parte de uma retrospectiva histórica do artista, cuja perda atingiu uma dimensão incalculável. O evento comemora uma reaproximação, ou uma retomada de confiança daquele país nos museus do Brasil, que ficou, por certo, abalada depois da tragédia. É bom lembrar que essa aproximação foi reiniciada em 1994, por ocasião da XXII Bienal Internacional de São Paulo, quando uma das 26 salas especiais criadas pelo curador Nelson Aguilar, abrigou as obras do artista (leia matéria nesta página). Em 2007, foi a vez do Museu Oscar Niemayer, em Curitiba, receber do mesmo museu uruguaio, as coleções dos brinquedos de madeira desmontáveis do artista, seus desenhos e algumas pinturas. Para sermos mais exatos: foram expostos 130 trabalhos no total de 24 brinquedos, 98 desenhos e 8 pinturas da fase de Paris. Cores Primárias lá esteve e pode registrar a excelente acolhida do museu paranaense.
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Testemunho e poesia nas fotografias de Manuel Álvarez Bravo
O eclipse, 1933
Manuel Álvarez Bravo © Colette Urbajtel/ Asociación Manuel Álvarez Bravo, a.c.
Aprendizado e decepção no México
Arte e política aproximam Manuel Álvarez Bravo e Tina Modotti
Fotografia de Tina Modotti
Quando Álvarez Manuel Bravo e sua esposa Dolores despediram-se da fotógrafa Tina Modotti (1896-1942) na estação de trem da Cidade do México, para uma viagem que a levaria a ficar exilada do país por 10 anos, o fotógrafo mexicano por certo não imaginou que sua trajetória estaria ligada, desse momento em diante, às vanguardas artísticas e políticas do México. Foi pelas mãos de Tina, conforme seu depoimento no Excelsior, que Bravo ficaria conhecendo seus mais famosos clientes. Os primeiros de muitos que surgiriam posteriormente a Diego Rivera, Siqueiros e Tamayo.
Naquele 24 de fevereiro de 1930, entretanto, compartilhou com a esposa, a despedida dramática de Tina que abalada com os últimos acontecimentos políticos no México, que resultou na sua expulsão pelos órgãos políticos, disse a Bravo: “ Creio e espero voltar a vê-lo, mas em outro México e em condições menos amargas do que estas”. Segundo a pesquisadora Christiane Barckhausen Canale, Bravo declarou que foi com a aquisição das máquinas e do material fotográfico de Tina é que ela teria conseguido viver os primeiros anos na Europa, depois de exilada. A expulsão abrupta daquele país marca o início do fim de sua trajetória como fotógrafa e intensifica o seu compromisso com um projeto político de combate aos regimes totalitários que estavam se instalando na Europa (o nazi-fascismo e depois o franquismo), e pelo fortalecimento dos princípios que haviam levado a Rússia a fazer a sua revolução.
Na Europa, produziu alguns trabalhos para revistas alemãs, como a AIZ e a Arbeiterfotograf, participou de exposição dos Fotógrafos Operários ( na 2ª edição, em 1930), mas fundamentalmente, torna-se uma vigorosa militante política atuando em várias frentes do Socorro Vermelho Internacional, vinculado ao Partido Comunista, em países como a Alemanha, Holanda, Viena, Paris, Espanha – onde atuou na Guerra Civil Espanhola -, e na Rússia, onde residiu por alguns anos. Voltou ao México somente em finais de 1939, ainda como estrangeira” indesejável”.
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A gravura no processo de construção da modernidade do México
Homenagem a Posada
Leopoldo Méndez,1956, Linóleogravura, Coleção José Sanchez Aguillar