Saeb 2025 Matriz de Saberes Cognição e Conhecimento

SAEB 2025: Guia Completo da Matriz de Referência para Professores e Escolas.

O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) é um dos principais instrumentos para medir a qualidade da educação no Brasil. Em 2025, o SAEB continua com a missão de fornecer dados que ajudem gestores, professores e pesquisadores a compreender o desempenho dos estudantes e a orientar políticas públicas. Para isso, sua base é a matriz de referência, documento que organiza as competências e habilidades que serão avaliadas.

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A Estrutura das Matrizes de Referência

As matrizes do SAEB são construídas a partir de dois elementos centrais:

  • Eixos de conhecimento: representam os conteúdos ou áreas do saber que os estudantes devem dominar. No caso de Ciências da Natureza, por exemplo, incluem campos como Matéria e Energia, Vida e Evolução, Terra e Universo.
  • Eixos de cognição: dizem respeito às operações mentais necessárias para mobilizar os conhecimentos. Ou seja, não basta saber “o que” aprender, é preciso também avaliar “como” o estudante utiliza esse conhecimento. Entre os eixos de cognição estão: reconhecer, aplicar, analisar e argumentar.

A grande diferença entre esses dois eixos é que o eixo de conhecimento define o conteúdo, enquanto o eixo de cognição define a forma de pensar e usar o conteúdo.

Entendendo os Níveis de Cognição

Os níveis de cognição representam a progressão do pensamento, desde operações mais simples até as mais complexas. No SAEB, esses níveis geralmente incluem:

  • Reconhecer/Identificar: É o nível mais básico, onde o estudante identifica e reconhece termos, fatos, conceitos e procedimentos relacionados às ciências.
  • Compreender: Neste nível, espera-se que o aluno seja capaz de interpretar informações, dados, representações e entender os conceitos científicos.
  • Aplicar: Aqui, o estudante deve ser capaz de utilizar conhecimentos científicos em situações concretas, resolver problemas e tomar decisões.
  • Analisar: Exige que o aluno decomponha informações, estabeleça relações de causa e efeito, e compreenda a estrutura de fenômenos naturais.
  • Avaliar: O estudante julga e critica informações, métodos e resultados científicos com base em critérios e padrões.
  • Criar/Argumentar: No nível mais complexo, espera-se que o aluno elabore hipóteses, planeje investigações e construa argumentos com base em evidências científicas.

Essa progressão demonstra que o ensino de Ciências deve ir muito além da memorização, visando desenvolver o pensamento crítico e científico nos estudantes.

A Matriz de Ciências da Natureza

Na área de Ciências da Natureza, a matriz do SAEB busca avaliar como os estudantes compreendem fenômenos naturais, explicam processos e relacionam ciência, tecnologia e sociedade. Ela organiza as habilidades em três grandes eixos de conhecimento:

  • Matéria e Energia: Envolve o estudo das propriedades físicas e químicas dos materiais, transformações de energia, reações químicas e conceitos fundamentais da física.
  • Vida e Evolução: Aborda a biodiversidade, ecologia, corpo humano, hereditariedade e processos evolutivos que explicam a diversidade dos seres vivos.
  • Terra e Universo: Contempla conhecimentos sobre o planeta Terra, sistema solar, fenômenos astronômicos e geológicos, além da compreensão sobre clima e tempo.

Cada um desses eixos é trabalhado em diferentes níveis de cognição, permitindo avaliar desde a simples identificação de fenômenos até a capacidade de argumentar com base em evidências científicas.

Interpretando as Habilidades da Matriz

As habilidades presentes na matriz do SAEB geralmente seguem um padrão de codificação que permite identificar o ano/ciclo, o componente curricular, o eixo de conhecimento e a sequência da habilidade. Por exemplo, uma habilidade codificada como “CN05MA07” poderia representar:

  • CN: Ciências da Natureza
  • 05: 5º ano do Ensino Fundamental
  • MA: Eixo Matéria e Energia
  • 07: Sétima habilidade deste eixo

Compreender essa estrutura ajuda professores a identificar rapidamente o que está sendo avaliado e em qual nível de ensino, facilitando o planejamento pedagógico alinhado às avaliações nacionais.

Matriz de Referência SAEB Ciências da Natureza

Matéria e Energia

A 1. Identificar transformações químicas com formação de novos materiais.
A 2. Identificar modelos (moleculares, iônicos, atômicos) da estrutura da matéria.
A 3. Reconhecer mudanças de estado físico com base no modelo submicroscópico.
A 4. Identificar fontes e transformações de energia.
A 5. Reconhecer a aplicação de máquinas simples na história.
A 6. Identificar usos das radiações eletromagnéticas.
A 7. Listar mecanismos de transmissão e recepção de som e imagem.
A 8. Reconhecer formação das cores de luz a partir das três primárias.
A 9. Identificar funções dos circuitos elétricos simples.
A 10. Indicar percurso da eletricidade das usinas até o consumo.
A 11. Reconhecer representações de reações químicas.
A 12. Identificar métodos de separação de sistemas heterogêneos.
A 13. Identificar características dos elementos químicos.
B 1. Classificar misturas em homogêneas ou heterogêneas e métodos de separação.
B 2. Comparar reagentes e produtos em transformações químicas.
B 3. Associar materiais sintéticos ao desenvolvimento científico e tecnológico.
B 4. Caracterizar propriedades específicas da matéria e grupos químicos.
B 5. Relacionar mudanças de estado ao aumento ou diminuição de energia.
B 6. Caracterizar efeitos da corrente elétrica em materiais e organismos.
B 7. Relacionar máquinas simples a dispositivos complexos.
B 8. Diferenciar temperatura, calor e sensação térmica.
B 9. Explicar propagação de calor em materiais e equipamentos.
B 10. Descrever processos de obtenção de combustíveis.
B 11. Classificar radiações eletromagnéticas por frequência e aplicação.
B 12. Analisar efeitos de campos elétricos e magnéticos na saúde e ambiente.
B 13. Relacionar cores dos objetos à cor da luz incidente.
B 14. Analisar impacto do consumo doméstico de energia.
B 15. Representar circuitos elétricos simples.
B 16. Analisar e interpretar dados científicos.
B 17. Analisar perguntas, hipóteses e conclusões em investigações.
B 18. Relacionar propriedades da matéria a processos de separação.
C 1. Avaliar métodos de separação de sistemas heterogêneos.
C 2. Avaliar impactos da produção de medicamentos e materiais sintéticos.
C 3. Determinar aspectos favoráveis e desfavoráveis das formas de geração de energia.
C 4. Avaliar papel do equilíbrio termodinâmico para a vida e máquinas térmicas.
C 5. Justificar uso de materiais condutores e isolantes considerando propagação de calor.
C 6. Avaliar impactos socioambientais da produção e uso de combustíveis.
C 7. Avaliar implicações do uso das radiações em aparelhos tecnológicos.
C 8. Avaliar papel das radiações na medicina diagnóstica e terapêutica.
C 9. Propor ações para otimizar o uso de energia elétrica.
C 10. Avaliar usinas de geração de energia e seus impactos.
C 11. Avaliar argumentos apoiados em procedimentos científicos.
C 12. Avaliar riscos referentes a raios e descargas elétricas.

Vida e Evolução

A 1. Reconhecer as células como a unidade estrutural dos seres vivos.
A 2. Identificar a estrutura e a função de alguns componentes celulares.
A 3. Reconhecer o sistema nervoso como centro de coordenação das ações motoras e sensoriais do corpo.
A 4. Identificar os efeitos de algumas substâncias psicoativas no sistema nervoso.
A 5. Identificar características do clima e paisagem e da biota predominantes nos ecossistemas brasileiros.
A 6. Reconhecer/identificar como são obtidas e como atuam as vacinas no organismo.
A 7. Reconhecer os tipos de interação entre espécies animais e vegetais nos ecossistemas.
A 8. Reconhecer mecanismos e estratégias adaptativas de animais e plantas.
A 9. Identificar alguns hormônios responsáveis por alterações da puberdade.
A 10. Identificar sintomas, transmissão e tratamento de algumas ISTs, com ênfase na aids.
A 11. Reconhecer o papel dos gametas na transmissão de características hereditárias.
B 1. Analisar e interpretar dados científicos.
B 2. Analisar perguntas, hipóteses e conclusões em investigações científicas.
B 3. Apontar diferenças e semelhanças entre tipos celulares (eucarionte x procarionte, vegetal x animal).
B 4. Relacionar estrutura e função de tecidos, órgãos e sistemas.
B 5. Compreender a relação entre estrutura e função dos componentes do sistema nervoso.
B 6. Relacionar características das lentes de correção a problemas de visão.
B 7. Compreender a sustentação e movimento como propriedade emergente dos sistemas.
B 8. Relacionar riscos do consumo de substâncias psicoativas aos efeitos no sistema nervoso.
B 9. Relacionar flora e fauna dos biomas brasileiros às características abióticas locais.
B 10. Compreender impacto de alterações ambientais (naturais ou humanas) sobre os ecossistemas.
B 11. Compreender papel das interações ecológicas na manutenção dos ecossistemas.
B 12. Relacionar indicadores de saúde à incidência de doenças.
B 13. Compreender relação entre vacinação, saúde coletiva e erradicação de doenças.
B 14. Compreender relação entre sistema nervoso e endócrino na produção hormonal.
B 15. Compreender o papel de métodos contraceptivos na prevenção de ISTs.
B 16. Compreender relações de ancestralidade e parentesco com base na genética.
B 17. Diferenciar mecanismos de evolução segundo Lamarck e Darwin.
B 18. Compreender relação entre variabilidade genética e diversidade biológica.
B 19. Compreender o princípio da seleção natural.
B 20. Relacionar características dos seres vivos a processos de adaptação e classificação.
B 21. Compreender papel de unidades de proteção e conservação da biodiversidade.
B 22. Compreender impactos de avanços tecnológicos e práticas de consumo sobre ambiente e saúde.
C 1. Propor ou avaliar procedimentos científicos adequados para resolver problemas.
C 2. Propor soluções para impactos ambientais em ecossistemas.
C 3. Propor ações, estratégias e políticas públicas para manutenção da saúde coletiva.
C 4. Propor soluções para problemas ambientais decorrentes de tecnologias.
C 5. Propor estratégias de prevenção de gravidez precoce e ISTs.
C 6. Avaliar soluções e impactos relativos ao uso de biotecnologia (OGM, terapia gênica, clonagem).
C 7. Apresentar ou avaliar argumentos científicos, diferenciando-os de senso comum.
C 8. Propor soluções para impactos da criação de unidades de conservação sobre populações humanas.
C 9. Propor ações sociopolíticas que promovam qualidade de vida e sustentabilidade.

Terra e Universo

A 1. Identificar características das camadas estruturais da Terra.
A 2. Identificar principais minerais e rochas da crosta terrestre.
A 3. Identificar componentes e características do ar atmosférico.
A 4. Identificar problemas causados por alterações na composição da atmosfera.
A 5. Reconhecer o efeito estufa como mecanismo natural indispensável.
A 6. Identificar gases do efeito estufa e consequências do aumento artificial.
A 7. Reconhecer a camada de ozônio como mecanismo natural essencial.
A 8. Reconhecer consequências da redução da camada de ozônio.
A 9. Identificar variáveis envolvidas na previsão do tempo.
A 10. Identificar alterações climáticas regionais e globais provocadas pelo ser humano.
A 11. Identificar os componentes do Sistema Solar.
A 12. Reconhecer o Sistema Solar como parte do universo.
A 13. Reconhecer características de planetas, astros e outros corpos do Sistema Solar.
A 14. Reconhecer instrumentos de medição climática.
B 1. Compreender a relação entre formação de rochas e fósseis.
B 2. Compreender a relação entre movimentos da Lua/Terra e períodos de tempo.
B 3. Compreender relação entre variação da radiação solar e movimentos relativos Terra-Sol.
B 4. Compreender relação entre fenômenos naturais/antrópicos e alterações no ar.
B 5. Compreender impacto das atividades humanas no aumento do efeito estufa.
B 6. Compreender a dinâmica de formação da camada de ozônio.
B 7. Compreender a dinâmica de placas tectônicas e suas consequências.
B 8. Compreender relação entre continentes e teoria da deriva continental.
B 9. Compreender relação entre posições de Sol, Terra e Lua.
B 10. Compreender papel da inclinação do eixo terrestre nas estações do ano.
B 11. Compreender relação entre movimentos da Terra, circulação atmosférica/oceânica e clima.
B 12. Compreender fatores determinantes do clima em diferentes locais.
B 13. Compreender relações de grandeza entre Sistema Solar, galáxia e universo.
B 14. Compreender relações construídas pela humanidade com o Sistema Solar.
B 15. Compreender condições necessárias à vida em planetas.
B 16. Analisar ciclo evolutivo do Sol e sua influência na Terra.
B 17. Analisar componentes de planetas, astros e corpos celestes.
B 18. Analisar e interpretar dados científicos.
B 19. Analisar perguntas, hipóteses e conclusões científicas.
C 1. Selecionar argumentos e evidências da esfericidade da Terra.
C 2. Propor soluções para problemas ambientais do efeito estufa.
C 3. Propor ações para manutenção da camada de ozônio.
C 4. Propor estratégias para minimizar efeitos da redução da camada de ozônio.
C 5. Justificar rara ocorrência de vulcões, terremotos e tsunamis no Brasil.
C 6. Propor soluções para reverter alterações climáticas humanas.
C 7. Argumentar sobre a viabilidade da vida fora da Terra.
C 8. Avaliar argumentos e procedimentos próprios da investigação científica.

O Desafio: Transformar Conteúdos em Experiências Lúdicas

Para que os alunos se desenvolvam plenamente e consigam avançar nos diferentes níveis cognitivos exigidos pelo SAEB, não basta apenas transmitir conteúdos. É preciso criar instrumentos pedagógicos inovadores que transformem a sala de aula em um espaço dinâmico, interativo e criativo.

Jogos educativos, experimentos de baixo custo, atividades práticas e projetos interdisciplinares tornam o aprendizado mais atrativo, aumentam o engajamento dos estudantes e ajudam a consolidar os conhecimentos de forma significativa.

Estratégias Práticas para um Ensino de Ciências Mais Lúdico

  • Aprendizagem Baseada em Investigação: Estimule os alunos a formular perguntas, coletar evidências e construir explicações sobre fenômenos naturais, desenvolvendo o raciocínio científico.
  • Jogos Didáticos: Utilize jogos de tabuleiro, cartas, quiz e desafios que trabalhem conceitos científicos de forma divertida e envolvente.
  • Experimentos com Materiais Acessíveis: Realize demonstrações e experimentos simples utilizando materiais do cotidiano, permitindo que os alunos visualizem conceitos abstratos.
  • Narrativas e Histórias: Use contação de histórias, histórias em quadrinhos e narrativas para contextualizar conceitos científicos.
  • Tecnologias Digitais: Aproveite simuladores, realidade aumentada e aplicativos educacionais que permitem visualizar fenômenos difíceis de observar na prática.
  • Trabalho em Equipe: Promova atividades colaborativas que desenvolvam não apenas o conhecimento científico, mas também habilidades socioemocionais.

Alinhando Atividades Lúdicas com a Matriz do SAEB

Para garantir que as atividades lúdicas estejam alinhadas com as expectativas do SAEB, é importante:

  • Identificar quais habilidades da matriz serão trabalhadas em cada atividade
  • Definir claramente os objetivos de aprendizagem
  • Elaborar questões que explorem diferentes níveis cognitivos
  • Criar momentos de reflexão após as atividades lúdicas
  • Avaliar continuamente o progresso dos estudantes

Ao integrar o lúdico ao planejamento pedagógico estruturado, os professores conseguem tornar o ensino de Ciências mais efetivo e, ao mesmo tempo, preparar melhor os estudantes para avaliações como o SAEB.

Exemplos Práticos por Eixo de Conhecimento

Para o Eixo Matéria e Energia:

  • Jogo das Transformações: Cartas com diferentes materiais e transformações físicas e químicas que os estudantes precisam classificar corretamente.
  • Circuito Elétrico com Massinha: Uso de massinha condutora para criar circuitos elétricos simples, explorando conceitos de eletricidade.
  • Desafio das Misturas: Atividade investigativa onde os alunos precisam separar diferentes misturas usando métodos de separação.

Para o Eixo Vida e Evolução:

  • Jogo da Cadeia Alimentar: Os alunos assumem papéis de diferentes seres vivos e simulam relações ecológicas.
  • Modelagem do DNA: Construção de modelos da molécula de DNA com materiais acessíveis para compreender sua estrutura.
  • Teatro da Evolução: Representação teatral do processo de seleção natural e adaptação das espécies.

Para o Eixo Terra e Universo:

  • Planetário de Baixo Custo: Construção de um mini planetário com caixa de papelão para visualizar constelações.
  • Jogo das Estações: Atividade que simula o movimento da Terra em torno do Sol e explica as estações do ano.
  • Maquete do Ciclo da Água: Modelo tridimensional para visualizar e compreender o ciclo hidrológico.

Conclusão

O SAEB 2025 reforça a importância de alinhar ensino, avaliação e inovação pedagógica. Compreender a estrutura das matrizes é essencial para que professores e escolas consigam planejar suas práticas de forma estratégica. E, ao mesmo tempo, é fundamental que o processo de ensino seja lúdico, envolvente e transformador.

Ao dominar as nuances da matriz de referência e implementar estratégias lúdicas alinhadas a ela, educadores conseguem não apenas preparar melhor os estudantes para avaliações como o SAEB, mas principalmente formar cidadãos cientificamente alfabetizados, capazes de compreender e intervir no mundo natural com responsabilidade e criatividade.

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